O rápido enfraquecimento da fé cristã na Europa
resultou no fechamento de muitas igrejas, que por estarem vazias, tiveram de
ser vendidas. Locais de adoração a Deus se tornaram academias, supermercados,
lojas e até bares. Na Europa, o cenário de outras religiões é muito diferente
do cristianismo. O Judaísmo Ortodoxo, que é o judaísmo predominante na Europa,
tem se mantido relativamente estável. Por outro lado, o Islamismo cresceu pela
influência de imigrantes da África e do Oriente Médio, e pelo alto índice de
natalidade das famílias muçulmanas.
O número de muçulmanos na Europa representava cerca de 4,1% da população
total da Europa em 1990. Em 2010, os muçulmanos eram 6%, e a previsão é que
chegue a quase 10% ou mais de 60 milhões de pessoas. Em 2030, de acordo com o
Pew Research Center. Em alguns países, porém, como França, Inglaterra e
Alemanha, a porcentagem pode ser muito maior.
Quando as igrejas estão em desuso, muitas vezes são recriados espaços
para artes, educação e esportes. No entanto, como os custos do prédio
geralmente são caros, a antiga igreja acaba sendo tomada por projetos
comerciais.
Holanda: o pior caso
A Igreja da Inglaterra fecha cerca de 20 igrejas por ano. Cerca de 200
igrejas dinamarquesas foram consideradas inviáveis ou subutilizadas em 2014. Na
Alemanha, 515 igrejas católicas fecharam nos últimos dez anos.
Na Holanda a tendência parece ser a mais avançada. É estimado que 700
igrejas protestantes fechem suas portas nos próximos quatro anos naquele país,
conhecido pelo forte ateísmo e pelo apoio à agenda política homossexual, à
eutanásia, ao aborto e às drogas.
“Os números são tão grandes que toda a sociedade terá de lidar com
isso”, diz Lilian Grootswagers, ativista do Futuro para o Patrimônio Religioso
na Holanda, que trabalha para preservar igrejas. “Todo mundo vai ter que lidar
com grandes prédios vazios em seus bairros”, afirma.
Segundo levantamento de 2011, apesar de 72% dos britânicos ainda se
declararem cristãos, só 1,4% frequentam semanalmente a igreja; na França, 63%
se dizem cristãos, mas só 1’’% vai à igreja semanalmente, e na Alemanha, 72% se
dizem cristãos, mas só 1,2% vai à igreja semanalmente.
Receios nos EUA
Os Estados Unidos têm conseguido evitar uma onda semelhante de
fechamento de igrejas, porque os cristãos norte-americanos continuam sendo mais
religiosamente atentos do que os europeus. No entanto, pesquisadores religiosos
afirmam que a diminuição do número de fiéis americanos nas últimas décadas
sugere que o país possa enfrentar o mesmo problema nos próximos anos. Como
alguns especialistas têm dito já há algum tempo, a Europa olha para os Estados
Unidos hoje dizendo: “Cuidado, eu sou você amanhã!”
A igreja evangélica nos Estados Unidos está em queda vertiginosa,
especialmente nas últimas duas décadas, quando intensificou-se a guerra
cultural no país contra os valores cristãos. Os dados são impressionantes. Em
1976, ano da Independência dos EUA, 97,6% da população eram evangélicos, sendo
34,2% metodistas, 20,5% batistas, 20,4% congregacionais, 19% presbiterianos e
3,5% episcopais. Os católicos eram 1,8% e 0,6% era a soma das outras religiões e
agnósticos. Em 1900, os evangélicos ainda eram 90%. Aí veio a forte imigração
para os EUA no início do século 20: só de 1900 a 1910, foram quase 10 milhões
de imigrantes que entraram no país, sobretudo irlandeses e italianos. Vieram
também em seguida, muitos latinos. Tudo isso fez com que a porcentagem de
católicos aumentasse consideravelmente, o que não afetou tanto o perfil do
país, porque a maioria dos católicos dos EUA era de conservadores. Porém, logo
a maioria católica se torna liberal e o próprio liberalismo social (e
teológico) também ganharia força entre muitos evangélicos.
Nos últimos 25 anos, começou então a decadência. Em 1190, 60% da
população eram evangélicos e 26,2% católicos. Em 2004, eram 54% de evangélicos
e 29% de católicos. Em 2007, 51,3% de evangélicos e 24% de católicos. Em 2008,
50% de evangélicos. E finalmente, em 2012, 48%. Isso significa dizer que nos
primeiros 124 anos de República, os evangélicos diminuíram 7 pontos percentuais
nos EUA; nos 90 anos seguintes, 30 pontos; enquanto nos últimos 22 anos – só
nesse pequeno período – a queda foi de 12 pontos percentuais.
Esperança na Ásia, África e América Latina
Em contrapartida à queda do cristianismo nos EUA e na Europa, sobretudo
no continente europeu (onde continua vivo principalmente nas igrejas de
imigrantes africanos, brasileiros e latinos), o que se vê na América Latina, na
África e na Ásia é um crescimento vertiginoso do cristianismo, sobretudo
evangélico e pentecostal.
No final de 2005, conforme divulgado no Mensageiro da Paz em janeiro de
2006 (edição 1.448), uma estimativa de Hartford Institute for Religion Research
afirmou que, em 2025, haverá um bilhão de pentecostais no mundo, os quais
representarão, daqui a 10 anos, 45% dos cristãos de todo o planeta. Como os
pentecostais continuam crescendo exponencialmente no mundo e sendo, já há
algumas décadas, o grupo que “carrega nas costas” o crescimento do
protestantismo no planeta (inclusive, no Brasil), tal previsão se mostra mais
do que plausível.
O historiador britânico Phiplip Jenkins, em sua obra “A Próxima
Cristandade – A Chegada do Cristianismo Global”, afirma não apenas que o
pentecostalismo se tornará majoritário no mundo cristão como também que o
avanço dos pentecostais tornará o cristianismo majoritariamente conservador, já
que o pentecostalismo é muito menos suscetível ao liberalismo teológico e
social do que outros ramos do cristianismo. Afirma Jenkins que “para melhor ou
para pior, é possível que as igrejas dominantes do futuro tenham muito em comum
com as da Europa medieval ou do início da Era Moderna. Pelos dados atuais, o
futuro do cristianismo meridionalizado deverá ser nitidamente conservador”.
Ora, por que o pentecostalismo tende a ser mais conservador teológica e
socialmente? Porque os pentecostais creem no sobrenatural, creem em milagres,
creem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não negam a autoridade das Escrituras.
Por isso é praticamente impossível acontecer uma adesão do pentecostalismo ao
liberalismo teológico nos próximos anos, e, consequentemente, ao liberalismo
social. Simplesmente porque é uma contradição de termos alguém ser pentecostal
e, ao mesmo tempo, teologicamente liberal. Uma coisa anula totalmente a outra.
Que Deus possa reavivar a Sua igreja na Europa e nos EUA, e que as
igrejas na Ásia, África e América Latina possam crescer com equilíbrio,
proclamado o Evangelho de Cristo em sua pureza e inteireza.
Por,
Mensageiro da Paz (CPAD)
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