sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

IGREJAS FECHANDO NA EUROPA

Continente berço do protestantismo fecha milhares de templos por ano
O rápido enfraquecimento da fé cristã na Europa resultou no fechamento de muitas igrejas, que por estarem vazias, tiveram de ser vendidas. Locais de adoração a Deus se tornaram academias, supermercados, lojas e até bares. Na Europa, o cenário de outras religiões é muito diferente do cristianismo. O Judaísmo Ortodoxo, que é o judaísmo predominante na Europa, tem se mantido relativamente estável. Por outro lado, o Islamismo cresceu pela influência de imigrantes da África e do Oriente Médio, e pelo alto índice de natalidade das famílias muçulmanas.
O número de muçulmanos na Europa representava cerca de 4,1% da população total da Europa em 1990. Em 2010, os muçulmanos eram 6%, e a previsão é que chegue a quase 10% ou mais de 60 milhões de pessoas. Em 2030, de acordo com o Pew Research Center. Em alguns países, porém, como França, Inglaterra e Alemanha, a porcentagem pode ser muito maior.
Quando as igrejas estão em desuso, muitas vezes são recriados espaços para artes, educação e esportes. No entanto, como os custos do prédio geralmente são caros, a antiga igreja acaba sendo tomada por projetos comerciais.

Holanda: o pior caso
A Igreja da Inglaterra fecha cerca de 20 igrejas por ano. Cerca de 200 igrejas dinamarquesas foram consideradas inviáveis ou subutilizadas em 2014. Na Alemanha, 515 igrejas católicas fecharam nos últimos dez anos.
Na Holanda a tendência parece ser a mais avançada. É estimado que 700 igrejas protestantes fechem suas portas nos próximos quatro anos naquele país, conhecido pelo forte ateísmo e pelo apoio à agenda política homossexual, à eutanásia, ao aborto e às drogas.
“Os números são tão grandes que toda a sociedade terá de lidar com isso”, diz Lilian Grootswagers, ativista do Futuro para o Patrimônio Religioso na Holanda, que trabalha para preservar igrejas. “Todo mundo vai ter que lidar com grandes prédios vazios em seus bairros”, afirma.
Segundo levantamento de 2011, apesar de 72% dos britânicos ainda se declararem cristãos, só 1,4% frequentam semanalmente a igreja; na França, 63% se dizem cristãos, mas só 1’’% vai à igreja semanalmente, e na Alemanha, 72% se dizem cristãos, mas só 1,2% vai à igreja semanalmente.
Receios nos EUA
Os Estados Unidos têm conseguido evitar uma onda semelhante de fechamento de igrejas, porque os cristãos norte-americanos continuam sendo mais religiosamente atentos do que os europeus. No entanto, pesquisadores religiosos afirmam que a diminuição do número de fiéis americanos nas últimas décadas sugere que o país possa enfrentar o mesmo problema nos próximos anos. Como alguns especialistas têm dito já há algum tempo, a Europa olha para os Estados Unidos hoje dizendo: “Cuidado, eu sou você amanhã!”
A igreja evangélica nos Estados Unidos está em queda vertiginosa, especialmente nas últimas duas décadas, quando intensificou-se a guerra cultural no país contra os valores cristãos. Os dados são impressionantes. Em 1976, ano da Independência dos EUA, 97,6% da população eram evangélicos, sendo 34,2% metodistas, 20,5% batistas, 20,4% congregacionais, 19% presbiterianos e 3,5% episcopais. Os católicos eram 1,8% e 0,6% era a soma das outras religiões e agnósticos. Em 1900, os evangélicos ainda eram 90%. Aí veio a forte imigração para os EUA no início do século 20: só de 1900 a 1910, foram quase 10 milhões de imigrantes que entraram no país, sobretudo irlandeses e italianos. Vieram também em seguida, muitos latinos. Tudo isso fez com que a porcentagem de católicos aumentasse consideravelmente, o que não afetou tanto o perfil do país, porque a maioria dos católicos dos EUA era de conservadores. Porém, logo a maioria católica se torna liberal e o próprio liberalismo social (e teológico) também ganharia força entre muitos evangélicos.
Nos últimos 25 anos, começou então a decadência. Em 1190, 60% da população eram evangélicos e 26,2% católicos. Em 2004, eram 54% de evangélicos e 29% de católicos. Em 2007, 51,3% de evangélicos e 24% de católicos. Em 2008, 50% de evangélicos. E finalmente, em 2012, 48%. Isso significa dizer que nos primeiros 124 anos de República, os evangélicos diminuíram 7 pontos percentuais nos EUA; nos 90 anos seguintes, 30 pontos; enquanto nos últimos 22 anos – só nesse pequeno período – a queda foi de 12 pontos percentuais.
Esperança na Ásia, África e América Latina
Em contrapartida à queda do cristianismo nos EUA e na Europa, sobretudo no continente europeu (onde continua vivo principalmente nas igrejas de imigrantes africanos, brasileiros e latinos), o que se vê na América Latina, na África e na Ásia é um crescimento vertiginoso do cristianismo, sobretudo evangélico e pentecostal.
No final de 2005, conforme divulgado no Mensageiro da Paz em janeiro de 2006 (edição 1.448), uma estimativa de Hartford Institute for Religion Research afirmou que, em 2025, haverá um bilhão de pentecostais no mundo, os quais representarão, daqui a 10 anos, 45% dos cristãos de todo o planeta. Como os pentecostais continuam crescendo exponencialmente no mundo e sendo, já há algumas décadas, o grupo que “carrega nas costas” o crescimento do protestantismo no planeta (inclusive, no Brasil), tal previsão se mostra mais do que plausível.
O historiador britânico Phiplip Jenkins, em sua obra “A Próxima Cristandade – A Chegada do Cristianismo Global”, afirma não apenas que o pentecostalismo se tornará majoritário no mundo cristão como também que o avanço dos pentecostais tornará o cristianismo majoritariamente conservador, já que o pentecostalismo é muito menos suscetível ao liberalismo teológico e social do que outros ramos do cristianismo. Afirma Jenkins que “para melhor ou para pior, é possível que as igrejas dominantes do futuro tenham muito em comum com as da Europa medieval ou do início da Era Moderna. Pelos dados atuais, o futuro do cristianismo meridionalizado deverá ser nitidamente conservador”.
Ora, por que o pentecostalismo tende a ser mais conservador teológica e socialmente? Porque os pentecostais creem no sobrenatural, creem em milagres, creem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não negam a autoridade das Escrituras. Por isso é praticamente impossível acontecer uma adesão do pentecostalismo ao liberalismo teológico nos próximos anos, e, consequentemente, ao liberalismo social. Simplesmente porque é uma contradição de termos alguém ser pentecostal e, ao mesmo tempo, teologicamente liberal. Uma coisa anula totalmente a outra.
Que Deus possa reavivar a Sua igreja na Europa e nos EUA, e que as igrejas na Ásia, África e América Latina possam crescer com equilíbrio, proclamado o Evangelho de Cristo em sua pureza e inteireza.

         Por, Mensageiro da Paz (CPAD)

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