A SÍNDROME DE
DIÓTREFES
"Escrevi
alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia,
não nos recebe." III João 1:9
Sindrome é um conjunto de características
ou de sinais associados a uma condição crítica, suscetível de despertar reações
de temor e insegurança. No caso em pauta, a síndrome de Diótrefes de se aplica
aquele tipo de gente que tem medo de perder a sua projeção social, quer no meio
secular, como no eclesiástico. Traduzindo, ela se caracteriza pelo sentimento
de medo, insegurança e até de inveja, naqueles que gostam de exercer sua
evidência diante de quem pode lhes ameaçar sua projeção pessoal.
O personagem bíblico chamado Diótrefes, foi
portador da síndrome que nesta pastoral, leva o seu nome, isto porque, diz o
texto, que por gostar de exercer a primazia:" fama, autoridade,
influência, decisão, etc.", não quis receber João, quando este apóstolo do
amor, estava em viagem para comunidade de Éfeso. Imagino quanta dificuldade
passou João, a ponto de registrar em sua epístola tal acontecimento.
Os portadores de tal síndrome são capazes
de causar dificuldades há qualquer um que seja, desde que se projete como uma
possível sombra à sua projeção pessoal.
Encontramos muitos Diótrefes em nossas
igrejas hoje em dia, e por conseguinte, muitas pessoas são vítimas dos
portadores desta síndrome. Os que a têm se manifestam através do desejo de
primazia que buscam exercer na comunidade local, querendo mandar em tudo,
entrar em áreas que não são de sua alçada, e até mesmo usurpando a posição de
outrem. O grande problema, é que os Diíotrefes de hoje, como no passado,
registrado por João, excercem influência, a tal ponto de rejeitarem aqueles que
vêm em nome do Senhor, e ainda, são capazes de tudo para impedir o surgimento
de alguém que ofusque a sua imagem, que deve estar sempre em evidência.
Imagine que tipo de acusações ou
insinuações não deve ter sofrido por parte de Diótrefes, o apóstolo João,
aquele que era considerado por Jesus como o discípulo amado, para não ser
recebido na sua igreja.
Podemos evidenciar esta síndrome em nossos
dias quando vemos pessoas que têm medo do crescimento da igreja. E estão sempre
dizendo: Cuidado com o crescimento, cuidado com isso, cuidado com aquilo, sobre
o pretexto do zelo com a igreja, mas que em última análise, escondem o medo da
participação na comunidade de gente nova, com boas idéias, talvez tão ricas em talentos
como João, mas que mexem no status quo dos portadores de tal síndrome..
Indentificámo-la também naquele tipo de
gente que gosta de ter uma penca de cargos, encargos e responsabilidades na
igreja, e brigam pelo seu setor ou departamento, mesmo que para os tais não
estejam preparados, mas apenas para massagearem a alma e alimentarem a síndrome
de Diótrefes, dos quais são portadores.
Os portadores desse mal também podem ser
achados entre os críticos de plantão, para os quais, tudo tem um senão, uma
contestação, uma observação pejorativa, buscando sempre duas finalidades:
atingir aqueles que tem a primazia legal, autorizada por Deus e segundo,
projetando a sua primazia oca, vazia, destituída de um coração humilde, mas
cheia de petulância, de arrogância, e que ainda que com palavras mansas,
impedem o crescimento sadio de sua igreja ou o desenvolvimento de outros.
Para essa gente, portadora dessa doença
eclesiástica, existe uma busca constante para descobrir o erro ou o
"furo" dos que estão exercendo qualquer espécie de liderança. Isto
porque, como a liderança que exercem, as vezes não é natural, buscam minar
através da crítica, a vocação natural daqueles que a têm.
Diz-se que a crítica é a forma mais
desonesta elogiarmos a nós mesmos. Sim, os portadores desta síndrome não se
cansam de apregoar os erros alheios, rotulando de forma perversa e mordaz os
que desenvolvem um trabalho honesto e sincero para com Deus, apenas pela
motivação de continuarem mandando, mandando, mandando, etc., até que não fique
um que agüente mais as suas ordens e o seu desejo alucinante do poder ou de
aparecer, mesmo que isso traga uma grande dificuldade para o crescimento da
comunidade local. Ocorre, porém, que os portadores da síndrome de Diótrefes,
não estão preocupados com a igreja não, a única preocupação que evidenciam, é
consigo mesmo, com sua imagem pública e pelo seu imenso desejo de aparecer! E
esquecem um principio elementar da Palavra de Deus: Quem é assim nada sabe, é
tolo, pois os possuidores dessa síndrome encaixam-se na seguinte descrição
bíblica: "é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e
contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas
maliciosas... (I Tm 6:4).
Pr. Neucir Valentim
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