terça-feira, 20 de dezembro de 2022

 

Existe Natal Judaico?

Em João 10:22-39 lemos que Jesus foi a Jerusalém para celebrar o festival de inverno "Festa da Dedicação", também conhecido como Chanucá. Hoje, 2000 anos depois, celebramos o Natal. Mas qual é a conexão secreta entre Jesus e o Chanucá?

A História do Chanucá

Ao contrário da imaginação popular, o Chanucá não é uma versão judaica do Natal. A palavra Chanucá (חנוכה) significa “dedicação” em hebraico. Comemora a rededicação do Templo Sagrado em Jerusalém, no século II a.C., a Revolta dos Macabeus contra o Império Sírio. Depois de recapturar o Templo, os Macabeus tiveram que purificá-lo e restaurá-lo. Por sorte, um único frasco de azeite puro permaneceu intacto, que foi usado para iluminar e dedicar novamente o Templo. Milagrosamente, a pequena quantidade de óleo, que deveria ter durado um único dia, queimou por oito dias, levando ao festival de oito dias, "A Festa da Dedicação".

 A luz de Israel

O símbolo do Chanucá é a menorá, um candelabro de oito braços, que são acesos em cada um dos oito dias do festival. Menorá vem da palavra hebraica ner (נר) que significa "chama" ou "lâmpada". Em toda a Bíblia, esta palavra tem um significado espiritual mais profundo. Por exemplo, quando o rei Davi envelheceu, lhe foi dito pelos seus homens para não ir com eles para a batalha, "para que não apagues a lâmpada (ner) de Israel" (2 Samuel 21:17). No capítulo seguinte, Davi proferiu um magnífico hino de ação de graças: "Tu és a minha lâmpada (neri), ó Senhor!  O Senhor ilumina-me as trevas." (2 Samuel 22:29). 

Faça brilhar a luz 

Portanto, não deve ser nenhuma surpresa que Jesus se referiu a si mesmo como a "luz do mundo" (João 8:12) e pregou estas palavras: “Se todo o seu corpo estiver cheio de luz, e nenhuma parte dele estiver em trevas, estará completamente iluminado...”  (Lucas 11:36). O que é menos óbvio é que Jesus proferiu essas palavras não em português, mas em hebraico.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

 

 

Esta semana, judeus de todo o mundo vão celebrar uma das nossas festas mais importantes: o Rosh Hashanah. Em hebraico, isso significa "cabeça do ano" e o festival marca o início do calendário judaico. Como era há 2.000 anos? Como Jesus celebrou o Rosh Hashanah

Um festival de trombetas

O Festival de Rosh Hashanah רֹאשׁ הַשָּׁנָה não aparece na Bíblia hebraica, nem é referido como o Ano Novo judaico. Em vez disso, a Torá ordena aos filhos de Israel que celebrem uma “festa com toques de trombetas” no primeiro dia do sétimo mês (Levítico 23:24). No hebraico original, este dia é chamado Yom Teruah יוֹם תְּרוּעָה, que significa "um dia de trombeta". Qual era o significado original deste dia?

 Um chamado às armas

Na época do Israel antigo, o som de uma trombeta, um chifre de carneiro, ou shofar, significava o início de uma batalha, como visto na conquista de Josué de Jericó (Josué 6:5). Durante a “festa da trombeta”, o som dos chifres de carneiro significava o início de uma batalha espiritual. O som penetrante do shofar lembrava do julgamento vindouro de Deus. Como judeu, Jesus celebrou a Festa das Trombetas. Ele provavelmente conhecia bem o som do shofar, e como seus irmãos judeus, ele o associou ao Fim dos Dias.

 Revelando o significado autêntico das Escrituras

Jesus prometeu aos seus discípulos que, embora os deixasse, em breve ele voltaria: “E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos...” (Mateus 24:31). Ao longo da história judaica, a Festa das Trombetas tem sido uma oportunidade para o povo de Israel estar diante de Deus e implorar que Ele julgue o mundo de forma favorável.

terça-feira, 13 de setembro de 2022


 

Davi, o fugitivo 

Em certo momento, Davi está escondido ao lado de uma montanha no deserto. Quando o exército de Saul se aproxima de Davi pela parte de trás da montanha, um milagre acontece. No último minuto, pouco antes de capturar Davi, Saul é chamado de volta para casa para lutar contra os filisteus. A história termina nos dizendo que o nome desta famosa montanha onde Davi foi libertado da morte é a "Rocha da Separação". 


O significado da Rocha em hebraico

 

No hebraico original, ela é a Sela HaMaḥlekot, סֶלַע הַמַּחְלְקוֹת, um nome que é muito mais interessante do que a tradução indica. A palavra Maḥlekot vem da raiz ḤLKחלק, que significa "dividir". Mas a mesma raiz também significa "escorregadio". Qual significado está correto? Na verdade, ambos estão. Esta montanha era a fronteira divisória, que separava dois exércitos. Mas esse monte também é onde Davi, com a ajuda de Deus, mais uma vez escorregou pelos dedos de Saul.

quinta-feira, 17 de junho de 2021


 

Da Prisão Ao Palácio: Os Detalhes Desconhecidos

Por Julia Blum

A próxima seção da saga de José começa no final de dois anos completos, quando o Faraó sonhou. No entanto, há uma ligeira diferença quando lido em Hebraico: (מִקֵּץ שְׁנָתַיִם יָמִים; mikétz shnatáim yamím) —no final de «dois anos de dias»—. A palavra yamím, «días», não ocorre em nenhuma tradução. As traduções falam apenas de «dois anos», enquanto o texto original fala de «dois anos de dias». Por quê?

A próxima seção da saga de José começa no final de dois anos completos, quando o Faraó sonhou. No entanto, há uma ligeira diferença quando lido em Hebraico: (מִקֵּץ שְׁנָתַיִם יָמִים; mikétz shnatáim yamím) —no final de «dois anos de dias»—. A palavra yamím, «días», não ocorre em nenhuma tradução. As traduções falam apenas de «dois anos», enquanto o texto original fala de «dois anos de dias». Por quê?

 O texto Hebraico aqui transmite uma verdade muito profunda: para José, esses dois anos de prisão consistiram em muitos dias únicos, dias cheios de angústia, dor, novas esperanças e novas decepções. Todos os dias ele tinha que escolher confiar em Deus, não importando o quão exausto ou desapontado estivesse. A palavra «dias» aqui nos assegura que Deus viu todos os dias da prisão de José: Ele conhecia a dor e a angústia de cada um desses dias.

 Não somos todos assim? Embora nossa vida seja medida por anos, esses anos consistem em dias, dias cheios de desafios e escolhas, esperanças e decepções. Todos os dias temos que escolher confiar nele, muitas vezes, apesar de nossas circunstâncias e apesar de toda a dor, angústia e decepções que possamos ter. Ainda hoje, em Hebraico, a palavra «dias» é frequentemente adicionada quando se fala de tempo: uma semana de dias, um mês de dias. שבוע ימים, חודש ימים. A beleza e a profundidade do Hebraico transmitem uma mensagem clara: embora nossa vida seja medida por anos, meses e semanas, esses anos, meses e semanas consistem em dias cheios de desafios e escolhas, esperanças e decepções e Deus vê e sabe a dor de cada um desses dias.

 O novo nome de José

 Muito impressionado com José, Faraó disse a seus servos: «Podemos encontrar alguém como este, um homem em quem está o Espírito de Deus?». Assim, o mesmo padrão que vimos duas vezes antes nesta história, é repetido novamente aqui:

 O Senhor esteve com José quando ele esteve diante de Faraó.

 Faraó viu que o Senhor esteve com José.

 Portanto, Faraó entregou tudo em suas mãos.

 Como um sinal da nova identidade de José, «Faraó… deu a José o nome de Tzafán-panéaj». Não há acordo entre os Egiptólogos quanto ao que este nome pode realmente significar, e até hoje não houve uma interpretação aceita por todos. A antiga tradição interpretativa Judaica, entretanto, deriva o nome Tzafán-panéaj de raízes Hebraicas (e não Egípcias): (פִּעְנֵחַ; panéaj) y (צפן; tzafán). Quais são os significados dessas raízes?

 Tzafán significa «esconder, guardar ou armazenar». Encontramos um bom exemplo nas conhecidas palavras de Salmos 119: «Tua Palavra escondi em meu coração...». (em Hebraico é: בְּ֭לִבִּי צָפַ֣נְתִּי; belibí tzfánti…). Panéaj significa «decifrar; descobrir, resolver; decodificar, interpretar». Assim, Tzafán-panéaj, o nome Egípcio de José, pode ser traduzido como: «Aquele que explica as coisas ocultas». Esse realmente poderia ser o nome que Faraó daria a José, afinal, ele interpretou os sonhos do Faraó. Além disso, este nome também pode ser traduzido como «A revelação do oculto». Então, isso refletiria não apenas a compreensão do Faraó sobre José, mas todo o plano de Deus nesta história.

 Esquecer a casa de meu pai

 Quando, depois de todo o sofrimento e provações de José, finalmente o vemos sendo bem-sucedido e influente, somos surpreendidos por um detalhe muito interessante nesta narrativa. Quando seu primeiro filho nasceu no Egito, José o chamou de Manassés: «Deus me fez esquecer (נשני; nasháni) de todos os meus trabalhos, e de toda a casa de meu pai». Esquecer a casa de seu pai! José não amava seu pai? Por que ele queria esquecê-lo? Além disso, por que José não contatou Jacó durante todos esses anos?

 Mais uma vez, gostaria de lembrar a vocês que José não sabia o que nós, leitores, sabemos, ele não sabia que seus irmãos haviam enganado seu pai e que Jacó pensava que José estava morto. Ele provavelmente estava se perguntando, especialmente durante seus primeiros anos de escravidão: «Por que meu pai não procura por mim?». O Egito é tão perto de Canaã que José provavelmente esperava que seu pai fosse procurá-lo, mas, como isso nunca aconteceu, José pode ter se convencido que o próprio Jacó estava envolvido na trama. Afinal, foi seu pai quem o enviou para verificar os irmãos. José sabia que seu pai o amava, mas ele também conhecia as histórias dos pais: Abraão amava Ismael, mas Deus escolheu Isaque; Isaque amava Esaú, mas Deus escolheu Jacó. José sabia que se fosse a vontade de Deus que ele fosse banido de sua família, seu pai aceitaria e obedeceria a essa vontade.

 Só quando os irmãos chegaram, José percebeu que Jacó não sabia nada sobre o crime. Agora ele estava ansioso para resolver seu mal-entendido, talvez até mesmo para pedir perdão e é por isso que sua primeira pergunta foi: «vive ainda meu pai?».[1]

 Os filhos de José

 Durante a celebração do sabbat nas noites de sexta-feira, os pais Judeus abençoam todos os seus filhos com a bênção sacerdotal.[2] As linhas introdutórias desta bênção dependem se a criança é menino ou menina. Para meninos, a linha introdutória é:

 «Que Deus o torne como Efraim e Manassés!».

 Por que os pais Judeus abençoam seus filhos com os nomes dos filhos de José? Por que os filhos de José foram escolhidos para essa bênção em vez dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó?

 Dois filhos nasceram de José no Egito. Em primeiro lugar, vamos tentar entender o significado original em Hebraico de seus nomes. José chamou o nome do primogênito Manassés.[3] O nome Menashe (Manassés) é derivado da raiz Hebraica נָשָׁה: «fazer esquecer». José queria esquecer todo o sofrimento e aflição que ele passou. É por isso que ele chamou seu filho de Manassés.

 O nome do segundo foi Efraim.[4] O nome Efraim é derivado da raiz פָּרָה «tornar frutífero». Evidentemente, José foi capaz de esquecer seu sofrimento e seguir em frente: tornar-se fecundo e produtivo na terra estrangeira. Além disso, o fato de que Efraim e Manassés são os primeiros irmãos na Torá cujo relacionamento não é marcado por ciúme e rivalidade, apresenta um poderoso testemunho da paz no coração de José e na casa de José.

 E ainda, há algo mais sobre esses irmãos, algo que os transformou em um paradigma para bênçãos. Esses dois filhos cresceram no exílio, completamente separados de sua extensa família, mas obviamente permaneceram fiéis a Israel e ao Deus de Israel. Portanto, antes de sua morte, Jacó seleciona os dois filhos de José para as bênçãos ao longo dos tempos. Há uma mensagem poderosa nesta bênção. Quando dizemos aos nossos filhos: «Que Deus os torne como Efraim e Manassés», desejamos que eles estejam sempre espiritualmente conectados ao seu povo e a seu Deus, independentemente de onde vivam e cresçam.

 [1] Gênesis 45:3.

[2] Números 6:24-26.

[3] Gênesis 41:51.

[4] Gênesis 41:52.

 

 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

10 DICAS PARA TRANSFORMAR UM CHEFE NUM VERDADEIRO LÍDER

10 dicas para transformar um chefe num verdadeiro líder

Ser chefe numa organização empresarial não significa que, automaticamente, se seja um bom líder. Há uma diferença clara entre quem apenas faz cumprir ordens e quem as cria e assume a responsabilidade por elas. Por isso, há alguns comportamentos que devem ser adaptados no local de trabalho  que podem fazer com que um simples chefe passe a ser visto como um líder a seguir e em quem confiar. Saiba quais.


1. Esteja atento à realidade. Saber o que os outros acham da nossa liderança pode ser a forma mais rápida de chegar à mudança. Perceber e aceitar o feedback dos que nos rodeiam no local de trabalho vai proporcionar instrumentos valiosos no sentido de se melhorar as capacidades de liderança. Mas tenha cuidado: os seus funcionários não lhe vão dar esse feedback se perceberem que a qualquer momento isso pode ser usado contra eles. Mantenha uma mente aberta

2. Não utilize a sua posição para que as coisas se façam. Se alguém o questionar sobre a forma como algumas tarefas são ou mesmo da sua necessidade, nunca puxe dos galões. Um líder a sério consegue convencer quem com ele trabalha sem precisar de dizer constantemente que é ele quem manda. A sua equipa pode até não concordar sempre consigo, mas vão respeitá-lo se explicar as suas opções de forma racional.

3. Não pense nos seus funcionários como algo que precisa de ser controlado. Dê-lhes espaço para agrem e tomarem decisões. A confiança é um princípio vital para a afirmação de uma liderança. Se não consegue confiar nas pessoas a que entrega determinados trabalhos, duas duas uma: ou contratou a pessoa erra ou não a treinou convenientemente para a tarefa. Evite estar sempre a olhar por cima do ombro das pessoas ou exigir saber o que fazem a cada minuto.

4. Ouça, sempre. Se as pessoas que trabalham consigo estão descontentes, o mais provável é que já lhe tentado dizer. O problema é que pode não ter ouvido ou, pior, não quis ouvir. Ouvir com atenção os colaboradores é uma das principais qualidades de um bom líder e deve ser desenvolvida. Quem ouve com atenção está interessado, demonstra empatia e quer descobrir o que estará por detrás da conversa. Os grandes líderes têm excelentes dotes de comunicação. Sem excepção.

5. Pare de apontar sempre soluções. Muitos chefes chegam a essa posição por serem tecnicamente competentes. Como tal, terão sempre uma opinião sobre como resolver os problemas. Só que ao dar sempre as respostas, não deixam margem de manobra para que os restantes funcionários aprendam e sugiram alternativas potencialmente melhores.

6. Seja sempre construtivo. A comunicação, como já foi dito, distingue os grandes líderes dos medíocres. Tenha cuidado com a forma como coloca as questões. Se der por si prestes a criticar negativamente o trabalho de alguém, pare para pensar e encontre uma forma de fazer passar a mesma mensagem sem ser de forma emocional. Dizer as coisas com calma e de forma construtiva é uma marca dos líderes.

7. Meça o seu sucesso pelo sucesso da sua equipa. O verdadeiro êxito de um líder pode ser medido pelo sucesso da equipa que com ele trabalha. A primeira responsabilidade de alguém que lidera uma equipa é fazer com que ela vença. No momento em que ela tem sucesso, o líder também o tem. Este tipo de abordagem va ter resultados positivos na produtividade, motivação e satisfação de todos os trabalhadores.

8. Não tome decisões só porque parecem bem. Se quer ser um líder, outra das qualidades a desenvolver é a integridade de tomar as decisões acertadas e não aquelas que vão cair bem junto dos seus superiores. Esta integridade consubstancia-se, ainda, no facto de assumir plenamente essas decisões quando acredita que elas são o melhor para a empresa. Se são ou não do seu interesse pessoal são questões menores.

9. Seja bem-humorado. Ninguém gosta de trabalhar num ambiente que não tem ponta de diversão. As pessoas são mais produtivas quando se estão a divertir naquilo que fazem. Ter sentido de humor e partilhá-lo aumenta o espírito de equipa e leva os seus colaboradores a vê-lo como uma pessoa normal, não apenas o chefe.

10. Dê-se a conhecer. Estar aberto sobre quem você é na realidade ajuda a quebrar barreiras que, regra geral, as hierarquias levantam. Quando os trabalhadores conhecem a pessoa que está por detrás do profissional, começam a construir-se as bases de uma boa liderança: confiança e respeito.

Fonte:  Dinheiro Vivo

sábado, 20 de junho de 2020

10 curiosidades sobre o idioma hebraico


10 curiosidades sobre o idioma hebraico

 1) A língua hebraica é conhecida como tal, há 2.200 anos, desde a época do Segundo Templo.
 Na Bíblia, isso é chamado de maneira diferente e é conhecido como "Língua Judaica", a língua da Terra da Judéia.

 2) Vogais: Como atualmente, nos tempos bíblicos, as vogais da língua não eram escritas.  As vogais em hebraico não são letras, mas pontuações abaixo das consoantes.  As vogais foram inventadas em Tiberíades por sábios judeus 1500 anos atrás.

 3) A primeira palavra que Eliezer Ben Yehuda, o pai do hebraico moderno, reviveu foi "Milon" (dicionário).  Antes eles eram chamados de "Sefer Milim" (Word Books).

 4) Mas, na realidade, Haim Najman Bialik reviveu mais palavras do que Eliezer Ben Yehuda, 300 contra 220.

 5) Amém e Aleluia são palavras em hebraico que foram adotadas por quase todas as línguas.

 6) A língua que falamos hoje, mais de 9 milhões de pessoas (metade dela é a língua materna) falava há 120 anos, apenas duas pessoas: Eliezer ben Yehuda e seu filho.

 7) A única palavra não hebraica reconhecida pela Academia de Línguas Hebraicas é "Academia"

 8) As letras finais conhecidas hoje foram usadas anteriormente no meio das palavras.  Para acelerar a escrita, por serem grandes, eram usadas apenas no final da palavra.  Ou seja, existem 5 letras que são desenhadas de maneira a serem escritas no início ou na metade da palavra e diferentes se usadas no final.

 9) Em hebraico nunca houve números.  As letras têm valores e podem ser contadas por meio delas.  Como os números latinos são usados ​​em hebraico, a escrita era muito complicada, porque se escrevermos palavras da direita para a esquerda, os números da esquerda para a direita.  Além disso, existem números femininos e masculinos.

 10) Em hebraico, está escrito da direita para a esquerda, porque quando foi escrito em pedras, o endereço não incomodou.  Quando a tinta foi inventada, as pessoas mancharam o que estavam escrevendo com as mãos e é por isso que as línguas modernas são escritas da esquerda para a direita.

 Fonte: Um Bacari à solta em Israel

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A LIÇÃO DOS TRÊS ENVELOPES


A LIÇÃO DOS TRÊS ENVELOPES

A empresa vinha apresentando uma solidez econômica invejável.

Conseguira uma posição privilegiada no mercado e, como conseqüência, os lucros obtidos faziam dele um líder respeitado perante todos os stakeholders, (Acionistas)

E este era, sem dúvida, mérito seu.


Empenhara-se profundamente em suas funções implantando um modelo de gestão no qual se dava pleno incentivo à efetiva participação dos colaboradores, seja na escolha como no manuseio das diversas ferramentas que viessem a contribuir para o sucesso da instituição.

Apesar dos bons resultados obtidos pela empresa que a colocava como sinônimo de força e poder frente a seus concorrentes próximos, Francisco ou o seu Chico como o chamavam caridosamente seus colaboradores, foi convocado para uma reunião junto ao conselho da organização e comunicado que a empresa já não precisava mais de seu trabalho.

Para muitos este comunicado poderia significar o fim, mas, para o velho Chico acostumado aos caprichos da vida não.

Acatou a decisão da empresa com tranqüilidade.

Retornou para seu escritório juntou seus objetos particulares e colocou em uma caixa.

Antes de sair pegou um bloco de papel e escreveu três cartas, depois as colocou em um envelope tomando o cuidado de enumerar cada um dos envelopes com a carta número um, dois e três.

Depois colocou as cartas na primeira gaveta com uma pequena instrução para o próximo gestor que iria assumir o seu lugar.

Passaram-se alguns dias o novo gestor assumiu seu posto e abrindo a primeira gaveta se deparou com as três cartas e com a instrução.

Curioso começou a ler as instruções que diziam: 


Estas três cartas foram deixadas por mim seu antecessor. Faço votos que os conselhos nelas contidos possam ser-lhes úteis.

- A primeira carta: Quando você se deparar com a primeira grande crise e no momento que estiver em dúvida do que fazer abra-a e nela você encontrará uma instrução de como proceder.

- A segunda carta: abra-a na segunda crise.

- A terceira carta: abra-a na terceira crise.

Observação; só abra as cartas quando julgar que realmente está com um problema muito sério.

O tempo passou e finalmente veio a primeira crise.

A empresa estava com sérios problemas para honrar seus compromissos e havia uma enxurrada de fornecedores inconformados por não receber seus pagamentos devidos.

O jovem gestor lembrou-se das cartas do velho Chico.

Retornou a sua sala, fechou a porta, abriu a gaveta e retirou o primeiro envelope.

Abriu-o com cuidado retirando um pequeno papel que estava dentro.

Estava escrito: “critique a gestão anterior”.

O jovem gestor sorriu e retornou à sala de reuniões onde se encontravam os credores e seguindo o conselho do velho mestre colocou toda a culpa da situação em seu antecessor.

Conseguiu acalmá-los e assim retornou a sua rotina.

Após três anos de calmaria eis que se viu diante de nova crise.

Desta vez eram os colaboradores que se mostravam descontentes com a forma de tratamento a que estavam sendo submetidos.

O jovem gestor abriu diálogo com o grupo, mas, apesar de todos os seus argumentos os ânimos não se serenaram.

Era hora de abrir o segundo envelope.

Foi a seu escritório e após fechar a porta tomou o segundo envelope e abriu. Nele estava escrito:

- mude o organograma.

O jovem gestor seguiu a risca o conselho e começou a fazer mudanças.

Logo percebeu que o foco mudou. Agora todos estavam interessados em não perder suas posições no organograma e as reclamações desapareceram.

Muitos anos se passaram e o jovem gestor agora já não era tão jovem.

Apesar dos anos da rotina e dos anos de experiência, não conseguia encontrar soluções para a terceira crise.

Chegara o momento de abrir a terceira carta.

Com cuidado tomou o envelope nas mãos e abriu. 

Nele estava escrito:

- escreva três cartas iguais a estas, junte suas coisas e vá embora.

É muito comum uma nova gestão, para se eximir da responsabilidade de não atender aos anseios dos stakeholders de uma organização ter como justificativa a gestão anterior.

Por outro lado, ao assumir uma empresa é normal que o novo gestor procure se cercar de pessoas de sua confiança, o que não é normal é mudar constantemente o organograma, tirando e colocando pessoas como se fossem objetos simplesmente para abafar problemas que não consegue resolver, sem um planejamento prévio e sem qualquer critério técnico.

Esta é uma prática que, se não é comum, acontece em muitas empresas.