sexta-feira, 23 de junho de 2017

A LENDA DO SACERDOTE E A CORDA

O sacerdote entrava no Santo dos Santos amarrado a uma corda?

É muito comum ouvir em pregações, livros evangélicos, sites da Internet é até mesmo em comentários bíblicos que os sumo sacerdotes tinham uma corda atada a cintura por ocasião de sua entrada no Santo dos Santos. O objetivo desse costume seria o de permitir o resgate do corpo do sumo sacerdote caso fosse consumido pela ira divina, mas seria isso verdade?
A lenda da corda sacerdotal
Todd Bolen, professor de Estudos Bíblicos no Israel Bible Extension do The Master’s College, Santa Clarita, Califórnia, USA, afirma que é isso um mito. Ele destaca que esse costume “não é encontrado em nenhuma fonte antiga, incluindo a Bíblia hebraica, o Novo Testamento, os Manuscritos do Mar Morto, Flávio Josefo [historiador judeu do primeiro século], os apócrifos, a Mishnah, o Talmude babilônico ou o Talmude de Jerusalém”.
Como é de costume, quando se fala do sacerdócio Levítico, vem à tona a questão do sacerdote ser amarrado à cintura ou ao tornozelo, em especifico no dia da expiação, para que, caso morresse no lugar santíssimo ao se apresentar diante do Senhor que falava de sobre o propiciatório de ouro, fosse então puxado para fora.
Por enquanto, ainda não foi localizada a fonte original, mas aparentemente ele surgiu muito tempo depois da existência do último templo judeu. A evidência bíblica e histórica indica que não havia nenhuma corda, pelo menos não para uso comum.
O renomado Dr. WE Nunally , professor de hebraico e judaísmo antigo, também diz o seguinte:

 Pois bem, essa história, além de modificada, vem do Zohar, um escrito judaico o qual surgiu na Espanha por volta do século XIII, cujo conteúdo é extremamente MÍSTICO. Nele está escrito assim:

Uma corrente foi amarrada aos pés do Sumo Sacerdote quando ele entrou no Santo dos Santos, de modo que, se ele morrer lá, eles o tirarão, pois é proibido entrar lá. Como eles sabiam se ele estava vivo ou não? Por uma tira de cor carmesim. Se sua cor não se tornasse branca, era conhecido naquele tempo que o padre estava lá em pecado. E se ele saísse em paz, era conhecido e reconhecido pela cinta carmesim que ficava branca… Se não… todos sabiam que a oração deles não era aceita. Emor 102a

Todavia, a tal fonte vai totalmente na contramão do Texto Bíblico pelo qual somos informados com todos os detalhes quais objetos o sumo sacerdote teria que usar no ritual do perdão (Ex 28 e Lv 16). Ademais, o grande comentarista do judaísmo, Flávio Josefo (37-103 d.C), não fala nada a respeito da prática do livro místico, mesmo tendo sido sacerdote em Jerusalém


“A corda amarrando o sumo sacerdote é apenas uma lenda. Ela tem origens obscuras na Idade Média e continua sendo ensinada. Não é encontrado em qualquer lugar na Bíblia, nos Apócrifos , Manuscritos do Mar Morto, Josefo, Talmud, Mishna, ou qualquer outra fonte judaica. Ela simplesmente não existe!”.

A Fundação de Estudos Bíblicos (associado ao Dallas Theological Seminary), da mesma maneira, reporta que suas pesquisas classificaram a “corda ao redor do tornozelo, ou cintura, ou talvez o pé” como lenda “para descansar.” Eles também apontam que Aaron estava a usar uma estola azul, com sinos em sua bainha (Êxodo 28.31-35), quando ele entrou no Lugar Santo (não é o Santo dos Santos) (Levítico 16:2-4). Quando ele entra no Santo dos Santos, ele lava e veste roupas de linho especial, não o éfode com sinos. “Se não houver a sinos para serem tocados, não há necessidade da corda.”
A Associação de Amigos Judeus Messiânicos levanta pontos com relação à dificuldade de arrastar um sacerdote morto fora do Santo dos Santos:
“Você só pode arrastar para fora o sacerdote, se ele morreu no lugar Santo. Pela forma como as cortinas do templo foram concebidas, o sacerdote não poderia ter sido arrastado para fora do Santo dos Santos. O véu foi feito com muitas camadas de tecido. As cortinas eram sobrepostas e faziam um pequeno labirinto através do qual o sacerdote caminhava … “

Portanto caros e queridos irmãos e estudantes da Bíblia fica aqui esta modesta observação, para que assim venhamos a condizer com a responsabilidade que temos em ser mordomos dos valores divinos, servindo ao nosso semelhante somente as riquezas da verdadeira revelação bíblica.
      Segundo o historiador e a arqueólogo Bill Jones não há comprovação histórica, bíblica nem arqueológica.

Ministério Apologético





Um comentário:

  1. Muito bom meu Professor. Vivi este tempo todo achando isso...rsrss ... eé por isso que sofremos por falta de conheximento

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