O que é o ósculo santo, uma observação cultural
ou mandamento de Jesus?
Cultura é como uma lente através do qual o
homem vê o mundo. É a percepção daquilo que é real, e qual é a realidade do
mundo. É o modo de ver o mundo, é o sistema de crença que reflete os
comportamentos e valores de um povo.
INTRODUÇÃO:
O ósculo santo (em latim: osculum pacis),
chamado também de beijo da paz, foi uma forma de saudação usada por Jesus
Cristo e seus discípulos, pela ação de beijar a face mutuamente, não somente em
regiões onde esse era um costume habitual, mas também entre os cristãos de
Roma.
Embora algumas denominações ensinem que ósculo
santo era um toque terno e rápido dos lábios cerrados, praticado entre o sexo
oposto na fé em Cristo, pelo que se observa atualmente entre a população do
Oriente, o ósculo santo consistia em um beijo na face.
O apóstolo Paulo não descreveu os detalhes
desta saudação, de modo que desse a entender o modo como era procedida com
exatidão. Se somente entre pessoas do mesmo sexo ou não. Se na face ou toque de
lábios. Ele, entretanto, recomendou aos fiéis da cidade de Corinto, Roma e aos
de Tessalônica que saudassem uns aos outros com ósculo santo. O apóstolo Pedro
também recomenda a prática em sua epístola aos estrangeiros dispersos no Ponto,
Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (segundo I Pedro) conforme podemos notar nos
seguintes trechos bíblicos:
«(...) Saudai-vos uns aos outros com ósculo
santo.» (I Coríntios 16:20)
«Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.»
(II Coríntios 13:12)
«Saudai a todos os irmãos com ósculo santo.» (I
Tessalonicenses 5:26)
«Não me deste ósculo, mas esta (mulher
pecadora), desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés.» (Lucas 7:45)
«Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor.
Paz seja com todos vós que estais em Cristo.» (I Pedro 5:14)
«Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As
igrejas de Cristo vos saúdam.» (Romanos 16:16)
Texto bíblico: Romanos 16:16
“Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas
as igrejas de Cristo vos saúdam”. Ósculo é beijo. A ordem aqui é que os membros
das igrejas de Cristo saúdem uns aos outros com beijo. Para muitas pessoas esse
texto é uma afronta contra a masculinidade. Será?
1. Por que o apóstolo Paulo ordena saudar com
ósculo santo?
2. Por que o Espírito Santo incluiu tal
imperativo na Bíblia?
3. Por que é importante estudar sobre ósculos
santos?
I. UM PRINCÍPIO NÃO PODE SER ALTERADO OU
NEGLIGENCIADO – Romanos 16:16
1. Um princípio transcultural presente no
texto: “Saudai-vos uns aos outros”. A igreja é composta de pessoas que se amam,
ou deveriam amar-se; por isso, a saudação e o cumprimento entre os membros são
essenciais. Saudar uns aos outros não é opção, é uma ordem bíblica universal,
transcultural. Um mandamento, uma ordem divina é um princípio.
2. Um princípio não deve ser alterado ou
ignorado: Todo princípio bíblico é útil para o desenvolvimento e a sustentação
da igreja. O princípio da saudação não deve ser jamais ignorado, deve sempre
ser observado por cada membro do corpo de Cristo. Saudar uns aos outros é um
preceito da mutualidade cristã.
II. UM
COSTUME LIGADO AO PRINCÍPIO PODE VARIAR COM O TEMPO E A CULTURA – Romanos 16:16
1. Um costume presente no texto com um
significado teológico: “Saudai-vos... com ósculo...” Na sinagoga e
posteriormente na igreja cristã a saudação era os homens beijando homens na
face e mulheres beijando mulheres. O beijo era utilizado na época para
evidenciar o amor cristão na comunidade. O amor é a essência do caráter de
Deus, e, a característica principal de quem O conhece.
2. Um costume pode variar segundo a cultura,
mas o emblema da saudação deve existir: Saudar com ósculo é uma das maneiras de
saudar, a qual pode variar de cultura para cultura. Enquanto que a ordem é
universal (“saudai-vos”), a forma, porém, é cultural. Dependendo da cultura a
saudação é com beijos, abraços, apertos de mãos, inclinação do corpo para
frente, etc. Não importa a forma, sempre devemos expressar atenção e simpatia
uns aos outros em todos os lugares.
III. UM EMBLEMA DE AMOR SANTO DEVE CARACTERIZAR
TODAS AS IGREJAS DE CRISTO – Romanos 16:16
1. A saudação cristã deve ser sincera: A igreja
deve se caracterizar pelo amor, carinho e atenção de uns para com outros. Desta
forma, esse amor cristão pelas pessoas é o que nos impulsiona a cumprimentá-las
com sinceridade. O cristão não é frio, indiferente e desatento, pois uma
fervorosa comunhão cristã caracteriza o amor de Cristo no coração.
2. A saudação deve ser santa para simbolizar o
amor de Cristo compartilhado: O beijo jamais deveria ser malicioso, mas santo.
A saudação não deve ser hipócrita, pois desta forma falsifica o amor de Cristo.
Nunca deve haver fingimento na saudação, mas interesse genuíno em compartilhar
o amor de Cristo uns aos outros sempre. Independente da forma emblemática, a
saudação deve ser de profunda afeição cristã.
CONCLUSÃO:
1. A saudação é um princípio universal que deve
ser praticada em todas as igrejas de Cristo: Embora a maneira de saudar seja
cultural, o princípio é o mesmo: “Saudai-vos uns aos outros”. Todo cristão deve
ser atencioso e caloroso no trato de uns para com outros em todo e qualquer
lugar, seja no mercado, na rua, no trabalho, na escola ou na igreja.
2. O ósculo santo é o emblema do princípio da
saudação que deve ser alterado conforme a cultura: Em alguns países causa
escândalo dar beijos, pois existem outras formas de cumprimentar-se. Embora o
emblema varie com o tempo e a cultura, praticá-lo sem malícia e sinceridade é a
maneira de viver o princípio descrito no texto.
3. A saudação prática deve fazer parte da vida
de cada membro da igreja de Cristo no mundo inteiro: A saudação do cristão,
além de ser verbal, deve ser visível e palpável. Desta forma, o mundo inteiro
verá evidências do amor de Cristo presente na Sua igreja.
APELO:
1. Saúdem uns aos outros olhando nos olhos
expressando sincera atenção.
2. Saúdem uns aos outros com um forte abraço ou
um singelo aperto de mão.
3. Saúdem uns aos outros demonstrando profundo
o amor fraternal que vem do Céu.
Schüler, Arnaldo. Dicionário Enciclopédico de
Teologia, verbete osculum pacis. Editora da ULBRA, 2002.
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